conta com 512 MB de memória RAM e vem com o mesmo processador de 700 MHz, saindo pelo preço de US$ 35 (algo próximo de R$ 80 na cotação atual) e contando com o surpeendente tamanho de um cartão de crédito.
O preço não inclui um case para proteger o Raspberry Pi, o que leva a um problema um tanto ridículo: como ele pesa míseros 45 gramas, o cabo HDMI que conectamos acaba arrastando a placa para lá e para cá, o que pode danificar a parte de baixo dele, mas nada que colocar um livro em cima dele não resolva (afinal, não há nenhuma parte móvel). Dos sistema operacionais compatíveis com o Pi escolhemos o Raspbian, uma variação do Debian Linux criada especificamente para ele, por uma questão da familiaridade.
Pegamos um cartão SD de 4 GB (mínimo recomendado), descompactamos o sistema operacional nele, pegamos um teclado e mouse bluetooth (que funcionou sem problemas) e ligamos o Pi, o que significa basicamente conectar o cabo micro USB, já que não há um botão "power". Depois de alguns segundos estamos na tela de login em modo texto, algo pouco atrativo, então subimos a interface gráfica (para isso basta dar o comando "startx" como em qualquer distribuição Linux) e voilá! O Raspbian inicia com a interface LXDE do Linux, desenvolvida especificamente para computadores antigos ou com um hardware lento.
Ao abrir mais de 2 aplicativos ao mesmo tempo o Pi fica irritantemente lento, algo esperado com somente 512 MB de memória RAM, mas é algo que melhora um pouco ao fazermos um overclock. Sim, é possível fazer um overclock nele sem grandes problemas, e colocá-lo para funcionar a 800 MHz não causa nem instabilidade nem problemas de sobreaquecimento. Para overclocks maiores é preciso dar um overvolt, algo bastante perigoso para quem não possui experiência nessa área, mas quem desejar fazê-lo deixamos uma dica: coloque pelo menos um dissipador em cima do processador para não correr um risco tão grande de danificá-lo.
O Pi foi desenvolvido para estudantes que desejam aprender programação e, claro, podem investir o mínimo possível. O que reparamos foi que ele possui um suporte fortíssimo à linguagem de programação Python, que é bastante fácil de aprender para quem está estudando como programar. Há tanto um IDE quanto outros programas dedicados para quem quer sair do básico e construir aplicativos mais completos, então, educacionalmente falando, o Raspberry Pi cumpre o seu objetivo.
Há uma loja de aplicativos (Pi Store) com um repertório ainda bastante ruim, mas é algo que com certeza irá mudar com o passar do tempo considerando a demanda pelo Pi (e você pode ajudar também!). Considerando o conjunto da obra é realmente espantoso que um computador do tamanho de um cartão de crédito, consumindo míseros 3,5 watts de energia e com o preço de US$ 35, tenha funcionado tão bem. Antes de julgá-lo por ser bastante lento para tarefas do dia a dia, lembre-se de tudo isso.
O Raspberry Pi ainda não é vendido oficialmente no Brasil e ainda não há uma previsão para tal. Lembre-se de que quando ele chegar aqui teremos acréscimos acumulados do custo Brasil (nossa péssima infraestrutura de transporte e distribuição), lucro Brasil (margens de 400% de quem irá revendê-lo) e impostos (afinal, educação e acesso a tecnologias nunca foi prioridade do governo), podemos esperar que ele chegue por cerca de R$ 300 ou mais.
Possui um Raspberry Pi? Conte-nos o que acha nos comentários!
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